quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Fórmula 1 - Da série: "Teorias loucas sobre a morte de Senna"


O que matou Ayrton Senna no dia 1º de maio de 1994, na curva Tamburello do GP de San Marino? Eu não sei. E provavelmente ninguém sabe. Este é, provavelmente, um dos maiores mistérios da história da Fórmula 1.

Se fosse para culpar alguém, eu culparia a FIA omissa, que sequer deveria permitir que a corrida acontecesse após o acidente fatal de Roland Ratzenberger naquele mesmo final de semana. Antigo sócio de Frank Williams, Patrick Head foi considerado culpado pela Justiça da Itália, mas isto em 2007, e o crime de homicídio já havia prescrito.

A verdade sobre a morte de um dos maiores gigantes do automobilismo mundial, nós nunca saberemos. Só que viúvas deste adoram uma teoria da conspiração...

Existe um vídeo antigo sugerindo que Senna tivesse tomado um tiro antes de colidir contra o muro, e este vídeo tem se espalhado pelo Facebook recentemente. Claro, haviam muitos motivos para matá-lo e deve ser muito fácil acertar um alvo em movimento... numa curva, a mais de 200 km/h. Pelo amor de Graham Hill, né, gente?

O texto que acompanha o vídeo até levanta questionamentos importantes, que todos nós já nos perguntamos em algum momento: Por que o carro saiu da pista? Foi a barra de direção? Foi o braço da suspensão que atingiu a cabeça do tricampeão? O que foi aquela fumaça branca antes de Senna sair da pista? E por aí vai.

Sobre este assunto, é difícil saber quais informações são verídicas, com base em dados, e o que é boato.

Diz-se que o Ayrton quis uma outra barra de direção que facilitasse a dirigibilidade de sua Williams, e esta seria mais frágil, o que levou a quebra da mesma. Sobre a telemetria, há quem diga que Senna simplesmente desacelerou, apenas, e há quem diga que ele freou. Mas nós sabemos que saindo do asfalto e indo para a grama ou caixa de brita, não há mais tanto atrito, as rodas travam, e aí frear ou não já não faz mais tanta diferença.

Por falar em atrito, este ano ou ano passado, o projetista da Red Bull, Adrian Newey, que na época foi quem projetou aquele carro para a Williams, disse que suspeita que um ou mais pneus tenham furado ou estourado na entrada da curva, o que levou o carro a passar reto ao invés de contorná-la. E aí nesse caso, frear ou não frear faria menos diferença ainda.

O que matou Senna, afinal, foi o ângulo da batida, seja este qual for. Um pouco a mais ou a menos, e o braço da suspensão não teria o atingido na cabeça. E sim, foi isso. No capacete existe um buraco com o mesmo formato. Ele foi tirado do carro ainda dando seus últimos suspiros, e se tivesse um buraco de bala ali, é óbvio que saberíamos. Existe autopsia, pessoal. A imprensa ou família dele jamais omitiria algo assim.

A única pergunta que levei em consideração na teoria maluca, foi sobre o movimento da cabeça do piloto instantes antes de sair da pista, como se já estivesse desacordado. Mas deve ser só coincidência.

Matá-lo? Por que? Até onde sabemos, ele não tinha inimigos. Tinha fortes rivalidades, mas isso é normal no esporte e não é motivo para matar. Por que ele ganhava muito? Ora, outros pilotos foram campeões tantas vezes quanto ele, senão mais. E onde este aturador estaria? Ninguém o viu? Ninguém ouviu o barulho do tiro? Essa inverdade já levanta uma outra série de perguntas, que nem vale a pena seguir em frente.

Os melhores peritos do mundo não sabem a causa central de todos os acontecimentos, mas os brilhantes teóricos de Internet descobrem a "grande verdade" analisando vídeos. Uau! Já tentaram arrumar um emprego no FBI ou na CIA? Pensem a respeito...

Que existe um motivo para tudo aquilo ter acontecido, existe. Mas nunca saberemos e mesmo que soubéssemos, isso não traria Ayrton Senna de volta, infelizmente. E se houvesse algum culpado, este não seria mais punido. Então, galera, não forcem a barra (e neste caso, não falo da de direção, *bah dum tss*).

É muito fácil acreditar em teorias da conspiração, porque elas atuam sobre o que não há respostas comprovadas. Às vezes elas podem até ter algum fundo de verdade, mas tomem cuidado com o que vocês espalham por aí.


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Um abraço!
Paulo Vitor

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