terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Rally Grupo B: separando os meninos dos homens


Como eu disse no título, sabem aquelas coisas que separam os meninos dos homens? É mais ou menos isso que rolava entre o outros rallys e o extinto Grupo B, em meados dos anos 80. Durou pouco, mas foi intenso. Algo único na história do automobilismo mundial. Virou uma categoria lendária.

De forma alguma quero desrespeitar os caras do World Rally Championship de hoje em dia, que também são insanos, como deve ser qualquer piloto de rally. Mas ao final deste post, vocês entenderão porquê eu dei este título ao mesmo.

O Grupo B foi criado pela Federação Internacional do Automóvel em 1982, como uma desculpa para, digamos... dar uma liberdade criativa para as montadoras, sobre o que fazer com seus carros de rally. Já que algumas marcas não queriam se submeter às regras do Grupo A. Marcas querendo entrar no WRC, mas este seguindo mais a indústria automobilística e esta estava tomando outros rumos, a tendência na época era outra (tração dianteira, principalmente), desta forma, não podia aceitá-las. Perdê-las? De jeito nenhum! Quanto mais competição e publicidade, marcas, dinheiro, enfim, quanto mais, melhor. E assim nasceu o Grupo B. Mas haviam condições (bobas, só pra falar que tinham), sim: era desde que algumas unidades, poucas e mais amansadas, fossem homologadas para as ruas, quando não queriam fabricar tantas, o que era uma condição para correr em outras categorias. Logo, alguns carros nasceram especialmente para correr. Sem limite de potência e sem peso mínimo, em carros de centro de gravidade baixo, muito equilibrados, obrigatoriamente turbinados.

Preciso falar que daí nasceram monstruosidades?

Alguns carros icônicos do rally que vários de vocês devem conhecer dos videogames (no Gran Turismo, por exemplo), nasceram graças ao Grupo B, tais como Audi Sport Quattro S1, Ford RS200, Lancia Delta S4, Toyota Celica Twim-Cam Turbo, Peugeot 205 T16 e Renault 5 Turbo.

Este último com direito a participação em um anime muito famoso. Era o carro da Bulma no primeiro episódio do Dragon Ball clássico, e também lembro de ver um em Dragon Ball Z, quando o Goku se transforma em Super Sayajin nível 3 pela primeira vez. É... acho que Akira Toriyama gostava do Renault 5 Turbo e de repente, de rally também, ou de automobilismo em geral, já que fez mangás homenageando Ayrton Senna.

Como a categoria era praticamente um laboratório onde se experimentava de tudo (tanto é que alguns carros que citei corriam em outras provas também, usando o Grupo B como teste), até a Ferrari entrou na brincadeira com a 308 Michelotto.

Bem, voltando ao que interessa, considerando as (falta-de-)regras que mencionei, era esperado que a categoria tornaria-se extremamente rápida. Essas máquinas cabulosas eram equipadas com motor central-traseiro com potência entre os 700 cv e 800 cv. E por isso, também tornou-se perigosa.

Após alguns acidentes fatais que vitimaram mitos ao volante como o finlandês Henri Toivonen e seu navegador, Sergio Cresto, a FIA decidiu acabar com a categoria em 1986.

"Mas mortes no automobilismo sempre acontecem, não? Naquela época devia ser ainda mais normal", me dirá alguém. Sim, infelizmente. Só que os fãs do Grupo B tinham tantos miolos quanto os pilotos (falo na brincadeira, gente), ficando bem na beiradinha da pista. Resultados típicos? Bem, vocês podem imaginar... Uma vez um acidente matou três espectadores, e feriu mais de trinta.

O Grupo B acabou, mas o saudosismo por ele continua forte até hoje, praticamente 30 anos depois. Suas provas de tirar o fôlego, seus pilotos loucos e seus carros fantásticos, jamais serão esquecidos.


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Um abraço!

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